Xenakis – Pleiades: Peaux tocada pelo PIAP

Romeno/grego/francês, Iannis Xenakis foi um dos revolucionários compositores do século XX. Passou por diversas fases, incluindo períodos recheados de música eletrônica. Formado em engenharia, brincava com acústica e compunha peças adaptadas à sala de performance, calculando as ressonâncias para chegar em sonoridades únicas. Foi um dos pioneiros da composição fundida a métodos matemáticos, como processos estocásticos, o que não soa tão interessante para meus ouvidos.

Mas não há como não admirar sua fase percussiva, recheada de contraponto, mudanças de tempo e randomizações. Talvez o melhor exemplo desta fase seja a obra Pleiades, comissionada para o ensemble percussivo de Estrasburgo, na França. A energia radical desta peça só é totalmente compreendida ao vivo. O vídeo acima dá uma amostra, com interpretação do quarto movimento da peça, Peaux (ou peles), em 2016 pelo Grupo de Percussão da UNESP, o PIAP. Tive a sorte de acompanhar a mesma peça tocada pelo PIAP em julho de 2018, na comemoração dos 40 anos do grupo. O arranjo circular dos músicos, com o público sentado ao centro é ideal para captar toda energia da obra. Fica a dica para futuras apresentações: Sente-se próximo a um dos bumbos, é de arrepiar! Abaixo, outra interpretação ao vivo de Pleiades: Peaux, desta vez no encontro da Sociedade Norte-americana de Percussão.