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Uma disco-aventura pelos EUA

Uma disco-aventura pelos EUA

Durante as últimas 3 semanas, viajei para o nordeste dos Estados Unidos a trabalho. Obviamente, aproveitei meu tempo livre para garimpar alguns (ou muitos) discos. Seguem abaixo dicas sobre as lojas (incluindo aonde ir e como comprar vinil bom e barato) e as festas que visitei.

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Boston e Cambridge são vizinhas, somente um rio divide as duas cidades (preste atenção que a numeração das ruas muda quando se passa de uma cidade pra outra, embora a rua seja a mesma reta e com o mesmo nome. Google Maps é seu amigo nessas horas). Não encontrei festas interessantes por lá. O único club que visitei, domingo no Phoenix Landing, estava vazio e tocava um deep house sem graça.

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Meu segundo destino foi a Filadélfia (ou Philly, como o pessoal gosta de chamar). Lá minhas expectativas eram bem maiores, afinal Philly é usado até como nome ou variação de discow. Alguns dizem que a discow nasceu por lá. Esperava encontrar toneladas de vinil dos selos Philadelphia International Records, Philly World Records, etc. Mais uma vez tive uma surpresa, desta vez desagradável. Encontrei muito pouco discow por lá. A única exceção foi a loja Funk-O-Mart (1106 Market St.) com vários clássicos, bem organizada, mas com estoque médio e preços salgados (qualquer 12″ custava mais que US$10). Outra loja que valeu a visita foi a Philadelphia Record Exchange (618 South St.), principalmente o segundo andar abarrotado de jazz. Peguei o Herb Alpert – Beyond lá (novo em folha, por US$4). Também visitei as lojas Cue, Armands e Sound of Market, mas não perca seu tempo em nenhuma delas. Alias, se você tiver tempo disponível para garimpar, a melhor pedida em Philly são os Thrift Shops (visitei a AIDS perto da South St. e a Curiosity na 4th St.). Veja nas dicas gerais abaixo sobre estas lojas. Depois que sai da cidade, me falaram sobre uma loja chamada Wonderful World of Records. Talvez eu confira na próxima visita!

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Também não achei muitas festas e clubs decentes em Philly. O lance mais legal foi a festa de domingo à tarde, Sundae Philly, que rola perto da Universidade (University City). Os DJs mandam somente house, mas o pessoal dança bastante, abrindo rodinha e tudo mais. A festa rolava num bar e numa ruazinha, com um clima de festa de bairro.

sundae

Meu terceiro e final destino foi Nova York (NY). A quantidade de lojas de discos lá é bastante grande, como o mapa (de Manhattan) abaixo demonstra. Mas a procura e a circulação de vinil são ainda maiores. Era impressionante a quantidade de gente nas lojas (quase sempre cheias) tanto comprando como vendendo discos. Tudo isso faz que os preços nunca sejam baixos (você raramente paga menos do que US$6 por um 12″ lá, e pagará cerca de US$20 por um 12″ mais raro). Por outro lado, a alta circulação significa que muitos discos legais podem ser encontrados. Quais são as melhores lojas, então? Bom, a resposta depende de que tipo de música você está procurando. Pra mim, as melhores pedidas foram a A1 e a Good Records. A A1 possue um estoque grande, com muito discow. Os preços variam em torno de US$12, mas você pode encontrar algumas pechinchas nas caixas no chão. A Good Records é bem menor, mais especializada, com preços mais salgados (paguei US$25 pelo Cloud One – Spaced Out), mas com vinil em melhores condições (por exemplo, o dono da loja limpa os discos com uma máquina VPI). A Academy LPs, a Gimme Gimme (que só abre de sexta a domingo) e a Other Music também valem uma visita. A Sound Library (mudou-se para 165 Orchard St.) tem preços insanos e um estoque pequeno. As lojas perto de Bleecker St. são pequenas e muito bagunçadas. A Vinylmania e a Finyl Vinyl fecharam. Assim, se você estiver procurando discos novos de house e techno, a melhor pedida é ir para o Brooklyn na Dope Jams (580 Myrtle Ave.). Se você não tiver nada melhor pra fazer, visite a The Thing (1001 Manhattan Avenue, Brooklyn). É uma loja de segunda mão, cujo porão tem uma quantidade absurda de discos, mas quase tudo em péssimo estado e um monte de porcaria. De qualquer forma, vale como ponto turístico para DJs. 🙂

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A noite em NY é divertida e movimentada. As festas mais legais que visitei foram as organizadas pelo Jeremy da Tropical Computer System (embora meio vazias) e pelo Phil da No Ordinary Monkey. Também fui na noite de segunda do tampinha François Kevorkian no Cielo, quando o Todd Terje abriu. O som do FK foi bem chato e o clima do Cielo, cheio de hype-people, não ajudou. Já o club 205 (um porãozinho quente, pra umas 80 pessoas na 205 Chrystie St.) tem o Rub N’Tug aos sábados e vale uma visita.

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Pra terminar, algumas dicas gerais, que valem pra qualquer cidade nos EUA. Supondo que você tenha um pouco de tempo, e uma lista de lojas para visitar, o melhor é passar por cada uma, olhando o estoque antes de comprar qualquer disco. Compre somente depois, quando tiver noção dos melhores preços (pois eles podem variar bastante). Outra dica é consultar as lista telefônicas de páginas amarelas, sobre Record ou CD shops, e Thrift shops (ou lojas de segunda mão, tipo Exército da Salvação, que vendem de tudo usado. Quase todas tem vinil a preços que nunca ultrapassam US$2). Por mais dicas que você tenha, as páginas amarelas sempre revelam novas lojas para garimpar. As Thrift shops com vinil barato são raras em NY, mas são uma boa pedida nas outras cidades, principalmente se você tem tempo de sobra pra olhar caixas de discos bagunçadas ou sem ordem. Uma última dica é ter sempre em mãos um toca-disco portátil. Quase todas as lojas que falei acima (com exceção de algumas em NY) não possuem toca-discos, assim, o único jeito de ouvir as bolachas é levando seu próprio aparelho.

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3 Comentários
  • Will Harrison

    Ann Margret – Everybody Needs Somebody Sometimes por US$2 !!! Nao estou com ciumes…

    Eu nao vejo a hora de escutar algumas faixas.

    03/11/2007 em 12:54